SOBRE MIM

Preferi que meus pais escrevessem…

Mariene nasceu no Rio Comprido (Rio de Janeiro - RJ) em 16 de dezembro de 2001. É uma criança muito alegre e questionadora. Além de escrever, ela gosta de desenhar, dançar, nadar, fazer novas amizades. Possui uma memória muito impressionante. Como prova disso, entre suas façanhas, destacamos o hábito de memorizar as placas dos carros dos amigos, os nomes completos das pessoas, os países e suas capitais, letras de música, falas de personagens em filmes… Atualmente a paixão pelos The Beatles despertou o interesse pela língua inglesa. Por isso, estuda, há quatro anos, essa língua, apresentando, surpreendentemente, uma boa compreensão inicial da mesma. Na Escola Arte Parlendas, Mariene conheceu Caio Pacheco e o convidou para ilustrar “O som misterioso”.

Um pouco de sua história
Quando recebemos a notícia de que estávamos “grávidos” pela terceira vez, foi um momento de grande apreensão, pois as duas primeiras vezes não passaram do segundo mês. Só que na terceira vez, ufa!, passamos do segundo. No terceiro, quando ouvimos o coração do bebê bater, foi, sem dúvida, uma das maiores emoções que tivemos na vida, parecia que, desta vez, seria diferente. O tempo foi passando, e, no quarto mês, descobrimos que seria uma menina. Já tínhamos escolhido o nome e, quando saímos do consultório, no resultado da ultrassonografia já veio escrito: Mariene. Não imaginávamos que essa pequena nos traria tanto orgulho e tamanha felicidade.
Durante toda a gravidez, colocávamos música para Mariene ouvir e mamãe Lucia (como Mariene, às vezes, me chama) contava muitas histórias, acariciando a barriga. Talvez, motivado também por isso, muitas vezes, sentíamos mais intensamente suas mexidas e cambalhotas. Parecia gostar das músicas e histórias que escolhíamos para contar.
Os meses passaram… Devido ao nosso histórico com as demais gravidezes, foi marcada a cesariana para o dia 17/12, às 17 horas, pois o obstetra não queria arriscar um parto normal. Porém, mesmo antes de nascer, Mariene já não gostava muito de convenções e resolveu nascer antes do combinado. Desde a manhã do dia 15/12, ela já tinha começado a dar sinais de que estava na hora de sair e de conhecer outros espaços. Por isso, antes da segunda hora do dia 16/12, nascia Mariene Alves Lino, com um pouquinho mais de 2,5 quilos. Sinceramente, não poderíamos imaginar as surpresas fantásticas que essa “miniatura de gente” nos proporcionaria.
Saímos da maternidade e levamos para casa o presente Mariene. Não sabíamos desembrulhar direito aquele ser tão pequenino, mas cuidar dela foi, sem dúvida, no sentido das relações humanas, nossa maior aprendizagem.
A cada dia, sempre uma nova descoberta… e Mariene crescendo, crescendo…  Desde os 6 meses, ela faz natação. Em virtude disso, pudemos observar que nadar lhe trazia muita alegria; ela sempre gostou muito de estar na água. Começou a engatinhar e, aos 11 meses, já andava pela casa, abria as gavetas, mexia nas panelas. Mariene gostava muito de mexer no umbigo e de morder o dedão do pé. Com um ano e meio, já falava muitas coisas e adorava conversar. Com essa idade, começou a estudar na Escola Arte Parlendas, local em que estuda até hoje e que conquistou grande importância na sua vida. Os livros a acompanham desde pequena: na banheira, os livros de banho; na cama, os livros de pano e, no colchonete, que ficava na sala da nossa casa, os livros de papel.
Com o passar do tempo, os livros de banho e de pano saíram de cena, ficando, assim, somente os de papel.
Com quatro anos Mariene começou a ler e, aos 5, já lia muitos textos. Com essa idade, era habilmente capaz de criar frases mais complexas. Aos sete anos, já escrevia pequenas histórias, colava as folhas de papel reunidas e dizia que tinha escrito um livro. Esse fato aconteceu várias vezes. Ainda aos 7 anos, tivemos outra surpresa quando ela disse que o tema do seu aniversário seria Tarsila do Amaral e que, no bolo, teria a imagem do “Abaporu”. Nossa! Estudamos sobre Tarsila e fizemos a festa planejada. Foi também um momento marcante em nossas vidas.
O tempo continuou passando, e ela continuou escrevendo. Começou, em 2010, a escrever “O Som misterioso”. Resolvemos presenteá-la com a publicação do livro, pois entendemos que não basta criticar o mundo em que vivemos, é necessário estimular a geração de novos instrumentos de mudança. Se o perverso sistema capitalista, algumas vezes, nos dá dinheiro, por que não usar esse “lucro” para criar mentes que o combatam a fim de obtermos uma sociedade mais justa?
Mariene é tudo isso! Ela é fruto de pais que acreditam que acima do preço está o valor das coisas e que não existe nada mais importante exceto estar de bem consigo mesmo. Isso porque faz com que possamos entender melhor o mundo e as pessoas que nele vivem.
Lucia Lino (Bibliotecária (UNIRIO) e Mestre em Ciências e Saúde – Nutes/UFRJ) e Paulo Lino (Servidor da UFRJ e Amante da Leitura)

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